terça-feira, 25 de maio de 2010

Travessata Sulista - Melides a Sagres 15-16-17 Maio


Por uma das Janelas do Duros-Mobile uma vuvuzela emitia o despertar matinal,
“DURO QUE É DURO NÃO DORME, DEIXA CAIR AS PESTANAS PARA POUPAR ENERGIA” .
Desconfiado, olhei para a viatura que seria a nossa casa durante três dias.
Pelo aspecto, a contribuição para o efeito de estufa ultrapassava em muito os limites impostos pela lei, peguei na mala e entrei........

Lá dentro, quatro marmanjos, com aspecto de quem tinha passado a noite longe das obrigações matrimoniais, os olhos denunciavam o liquido das garrafas que empunhavam na mão e rolavam pelo chão da auto caravana...

De imediato fui empurrado para o lugar do condutor para completar os ultimos 90 kms ( que se transformaram em mais de 150 kms conduzidos por um embriagado tomtom).

A custo lá chegamos a Melides o ponto de partida possivel pelo adiantar da hora......

Duros-Mobile
1ª etapa Melides /Odemira
Uma etapa característica, que corria o risco de se tornar monótona , não fossem as paisagens que nos proporcionada. Estradões rolantes apimentados de quando em vez com um barranco ou outro que nos obrigava a esmagar pedal para ultrapassar os curtos obstáculos....

Inicio em Melides,

 Estradões de areia
O sobreiro envelhecido

Caracteristico

Onde é que já vi esta imagem (froids)
Alentejo Profundo

Nem tudo é rolante

-

Barragem Morgarvel ,
Com o vento de feição, foi só erguer o pano e rolar até troviscais, onde o Duros-Mobile nos aguardava juntamente com o Motorista armado em cozinheiro, (ou seria o contrário).
Adiante, lá chegados tinha-mos duas opções seguir um trilho criado pelo myrage sobre a superfície do google ou pernoitar naquele local....
Com a concordância dos restantes decidimos completar a centena de kms até a Odemira.

Depois do sabão e da toalha lá partimos pro combate

E mais umas cargas etilicas o aspecto dos gajos

Visto a comodidade do colchão só dar para três, os verdadeiros duros tiveram que dormir sobre o asfalto.. (mas duro que é duro não dorme deixa cair as pestanas .......)

2ª Dia Odemira-Aljezur


Neste preciso dia fazia 8 anos que eu tinha usado gravata pela ultima vez, desde então só a pessoa que me "obrigou" a vesti-la tinha partilhado comigo o mesmo leito.....

Eram 5h45 desta vez a companhia era bem mais barbuda e ruidosa...... Mas de longe preferível a outra opção cuja a ausência de pêlo levanta suspeitas á orientação mental do dito.

Com um empurrão acordei o barbudo,
"Clavículas vamos por os gajos a pé "
Logo começamos uma mini manifestação, a que os outros responderam com palavras menos próprias a consumo interno...

Enfiei-me de novo dentro do saco cama , que pela bitola devia ser medida de chinês e me obrigava a uma ginástica reforçada para me acomodar minimamente dentro dele .

às 8 horas fiz nova investida para acordar o mandriões e finalmente fui minimamente aceite....
Tomado o Pequeno almoço ...

Lá partimos para a segunda etapa da travessia
Odemira- aljezur

Saída de Odemira

Esta etapa prometia ser a mais dura visto o track rasgar a serra de Monchique.

O inicio muito rolante junto ao rio mira, com paisagens de rara beleza enquadrava na perfeição, nos ressacados da auto-caravana.

Os sobreiros continuavam a marcar presença, mas as margens do rio, luxuriantes de vegetação melhoravam em muito o seu enquadramento.
 Ao fim de uma dezena de kms chegou a altura de atravessar o rio, a pé descalço lá se fez sem grandes dificuldades, visto o caudal não ser de muita "litragem" .
 Aproveitando a paragem lá ingerimos a barra da palha .

Ciclovia

Pé descalço

Mira
Passado o rio rolamos até Saboia, terra pacata e característica do Alentejo
 Aproveitando a paragem, o claviculas comeu uns 5 panados e ingeriu umas 4 minis , "temos de prepar a serra" dizia ele...

Rotunda para saboia

Sonhos de Criança

Panados patanisca e minis fresquinhas em saboia.
Bem dito motorista

No pico do sol lá partimos em direcção á serra de Monchique , primeiro pela nacional 102, depois apanhando um trilho na companhia de um ribeiro que várias vezes se atravessou no nosso caminho.

Em vale porco começou então a trepa do dia, um estradão degradado, composto de xisto miudinho  lama pegajosa  e inclinação absurda.
Quanto á paisagem nada de interessante a reter, visto esta ser composta por eucalipto e corta fogos, que em nada ajudam a quem faz a subida á serra na hora de pico de calor.
Na possibilidade de alternativa a esta parte da travessia a meu ver devia ser alterada..

Desta forma se chega a terras algarvias, do sopé da serra até a Aljezur foi um tiro, onde um reconfortante banho no parque de campismo local nos proporcionou a limpeza necessária para o ataque aos grelhados que nos esperavam

Serra de Monchique
Uma das varias passagens no ribeiro

outro abutre

Mais um

Panado e mini

Castelo Aljezur que por teimosia teria de trepar pela segunda vez

eles e elas que foram muitas

3º dia Aljezur- Sagres


Para arrumar a coisa, havia-mos combinado sair cedo......
Levei a coisa á letra e perguntei ao Myrage
"tenrinho que horas são? "
A que ele responde secamente
"Cala-te e dorme ainda é 1 da manhã"

Acedi, e deixei cair as pestanas mais um pouco.......

3ªdia
Aljezur- Sagres

8 horas e já partia-mos rumo a sagres para a nossa ultima tirada, que ditava ser dura apesar de ser a mais curta, não viria a mostra-se nada fácil......
Por teimosia do Myrage lá tive de subir novamente ao castelo de Aljezur.......
Depois de uma meia dúzia de kms em estrada, lá volta-mos ao terreno para o qual fomos concebidos,
Neste caso rolantes e rápidos por montes algarvios






Sagres ao fundo
Chegados á carrapateira , surge um homem da roda fina (trepador da figueira)
que se prontificou a fazer-nos companhia por uns kms em estradão

Durante uns 5 kms foi fazendo de guia, enquanto a voz lhe tremia com trepidação frontal da estradista..

El carbon
Nas falésias da Carrapateira o intruso ia perguntando por onde ia-mos, eu respondi que não sabia, que quem mandava era o gps.


Deixamos o penetra nos famosos trilhos da transportugal, impróprios para cardíacos pelo perigo que representam..




Passados os perigos, foi rolante até a sagres onde termina-mos a travessia e a duros mobil nos levou até a casa




Os duros

Claviculas
Vanderbike (mim)
El Carbono

Especial one (Espanhol)

Pronto para outra aguardo a Ligação chaves - Ponte de Lima, que ditará mais uma parte da nossa travessia de Portugal
Mylacamera























Vanderbike